Mas parece tudo tão irreal. Por
um momento a minha vida parece estar a correr tão bem. Acho que aos poucos a
força que eu tinha perdido voltou. Acho que as lágrimas que deixei rolar pelo
meu rosto, hoje se transformaram em sorrisos. Acho a minha risada agora tão
verdadeira. Não como dantes, onde ria para tentar fazer com que a dor que acumulava
a cada dia que passava, desaparece-se. Eu descobri que a única forma de me
sentir viva é não depender de ninguém. Não esperar pelas atitudes de quem
amamos, quando no fundo sabemos que as probabilidades de acontecer são muito poucas.
Porque afinal, é melhor assim. Prefiro ficar surpreendida do que decepcionada A
única maneira de conseguir sentir-me bem é evitando o amor. Amor de qualquer
pessoa, amor de amigos. Não é que não o sinta … pois sinto e muito. É que
prefiro não demonstrar tanto o quanto os outros são importantes, porque
realmente isso já me causou muitas cicatrizes no passado que hoje, apesar de
não doerem, ainda existem. E de certa forma fizeram com que hoje já doa tanto.
Sem me apegar, sem confiar em toda a gente. Porque agora é que vejo quem
realmente se importa, não quem finge se importar. E isso fez-me pensar em todos
os erros que já perdoei, em todas as mentiras que já acreditei e em toda a
gente em que confiei quando não devia tê-lo feito. Fez-me recordar o passado. E
agora, no presente, vejo que quem dizia que estaria sempre comigo, não está.
Fez-me perceber quem foram aqueles que há primeira oportunidade, me deixaram. E
agora valorizo quem mesmo depois de todo o tempo, ainda contínua do meu lado. Pessoas
verdadeiras? São poucas.
Ver os outros partirem-nos o coração e não fazer nada, dói e desperta um ódio aterrador em nós. Ainda bem que recuperas-te e força, não desistas de ti. Gostei bastante do texto.
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